O
Jogo
O jogo de Xadrez, também chamado de Arte de Caissa, é
jogado por dois jogadores sobre um tabuleiro de 64 casas de cor clara ou escura
alternadamente, contando cada um com 16 peças diferentes por grupo, na forma,
no nome e na qualidade. No Xadrez, as casas e peças mais claras são chamadas de
BRANCAS e as mais escuras, de PRETAS ou NEGRAS. Estas denominações devem-se ao fato destas cores serem
mais generalizadas no jogo de Xadrez, porém poderão, eventualmente, serem
encontradas em jogos em cores ou materiais diferentes.
A peça mais importante a qual decide a partida me
denominada REI. E o jogo consiste em
movimentar as peças como em um combate, obedecendo aos princípios e regras
pré-estabelecidas, com o objetivo de atacar o Rei adversário até o ponto em que
o mesmo não possa mais evitar a conclusão do ataque com a ameaça de sua
captura. É o chamado Xeque-mate. Cada vez que o Rei é atacado, diz-se que está em Xeque;
quando for impossível de ser anulado, diz-se XEQUE-MATE ou
simplesmente, MATE. O jogador que conseguir dar o Mate no Rei adversário vence a partida. Convém, porém, esclarecer
que a para obter a vitória no xadrez não importa o número de peças existentes
no tabuleiro, nem o número de movimentos realizados. Importa apenas o MATE.
Nota
Quanto
ao número de movimentos (lances), existe uma regra que diz que em determinadas
situações, é obrigatório dar o Mate em 50 movimentos (lances), caso contrário,
a partida será considerada empatada.
Existem também situações em que quer pelo número de
peças, quer pela posição das mesmas é impossível dar o Xeque Matem por qualquer
dos dois jogadores. Neste caso, a partida estará empatada. Chama-se jogada ou lance cada movimento da peça no
tabuleiro mudando a sua posição de uma casa para outra.
Origem
do Xadrez
O XADREZ é um jogo muito antigo, não se sabendo, ao certo
a sua verdadeira procedência. Admite-se, no entanto, como mais certo que Xadrez
tenha sua origem na Índia. A mais famosa lenda sobre sua origem será contada
abaixo.
Onde se conta a famosa
lenda sobre a origem do jogo de xadrez.
Difícil será descobrir, dada a incerteza dos documentos
antigos, a época precisa em que viveu e reinou na Índia um príncipe chamado
Iadava, senhor da província de Taligana. Seria, porém, injusto ocultar que o
nome desse monarca vem sendo apontado por vários historiadores hindus como dos
soberanos mais ricos e generosos de seu tempo.
A guerra, como cortejo fatal de suas calamidades, muito
amargou a existência do rei Iadava, transmutando-lhe o ócio e gozo da realeza
nas mais inquietantes atribulações. Adstrito ao dever, que lhe impunha a coroa,
de zelar pela tranquilidade de seus súditos, viu-se o nosso bom e generoso
monarca forçado a empunhar a espada para repelir, à frente de pequeno exército,
um ataque insólito e brutal do aventureiro Varangul, que se dizia príncipe de
Caliã.
O choque violento das forças rivais juncou de mortos os
campos de Dascina e tingiu de sangue as águas sagradas do Rio Sandhu. O rei
Iadava possuía – pelo que nos revela a crítica dos historiadores - invulgar
talento para a arte militar, sereno em face da invasão iminente, elaborou um
plano de batalha, e tão hábil e feliz em executá-lo, que logrou vencer e
aniquilar por completo os pérfidos perturbadores da paz de seu reino. O triunfo sobre os fanáticos de Varangul custou-lhe,
infelizmente, pesados sacrifícios; muitos jovens quichatrias pagaram com a vida a segurança de um trono para prestígio de uma dinastia; e
entre mortos, com o peito varado por uma flecha, lá ficou no campo de combate o
príncipe Adjamir, filho do rei Iadava, que patrioticamente se sacrificou no
mais acesso da refrega, para salvar a posição que deu aos seus a vitória final. Terminada a cruenta campanha e assegurada à nova linha de
suas fronteiras, regressou o rei ao suntuoso palácio de Andra, baixando, porém,
formal proibição de que se realizassem as ruidosas manifestações com que o
hindus soíam festejar os grandes feitos guerreiros. Encerrado em seus
aposentos, só aparecia para atender aos ministros e sábios brâmanes quando
alguém grave problema nacional o chamava a decidir, como chefe de Estado, no
interesse e para felicidade de seus súditos.
Com o andar dos dias, longe de se apagarem as lembranças
da penosa campanha, mais se agravaram a angústia e a tristeza que desde então,
oprimiam o coração do rei. De que lhe poderiam servir, na verdade, os ricos
palácios, os elefantes de guerra, os tesouros imensos, se já não mais vivia a
seu lado aquele que fora sempre a razão de ser sua existência? Que valor
poderia ter, aos olhos de um pai inconsolável, as riquezas materiais que não
apagam nunca a saudade do filho estremecido? As peripécias da batalha em que pereceu o príncipe
Adjamir não lhe saíam do pensamento. O infeliz monarca passava longas horas
traçando, sobre uma grande caixa de areia, as diversas manobras executadas
pelas tropas durante o assalto. Com um sulco indicava a marcha da infantaria;
ao lado, paralelo ao primeiro, outro traço mostrava o avanço dos elefantes de guerra;
um pouco mais abaixo, representada por pequenos círculos dispostos em simetria,
perfilava a destemida cavalaria chefiada pelo velho radj que se dizia sob proteção de Techandra, a deusa da Lua. Ainda por meio de
gráficos esboçava o rei à sua estratégia, no campo em que se feriu a batalha
decisiva.
Uma vez completando o quadro dos combatentes, com as
minudências que pudera evocar, o rei tudo apagava, para recomeçar novamente,
como se sentisse íntimo gozo em reviver os momentos passados na angústia e na
ansiedade. À hora matinal em que chegavam ao palácio os velhos
brâmanes para a leitura dos Vedas,
já o rei era visto a riscar na areia os planos de uma batalha que se reproduzia
interminavelmente. Infeliz monarca, murmuravam os sacerdotes penalizados.
- Procede como um sudra a quem Deus privou da luz da razão. Só Dhanoutara,
poderosa e clemente, poderá salvá-lo. E os brâmanes erguiam preces, queimavam raízes
aromáticas, implorando à eterna zeladora dos enfermos que amparasse o soberano
de Taligana.
Um dia, afinal, foi o rei informado de que um moço
brâmane - pobre e modesto - solicitava uma audiência que vinha pleiteando havia
já algum tempo. Como se estivesse, no momento, com boa disposição de ânimo,
mandou o rei que trouxessem o desconhecido à sua presença. Conduzindo à grande sala do trono, foi o brâmane
interpelado, conforme as exigências da praxe, por um dos vizires do rei.
- Quem és, de onde vens e que desejas daquele que, pela
vontade de Vichnu,
é rei e senhor de Taligana?
- Meu nome - respondeu o jovem brâmane - é Lahur Sessa e venho da aldeia de Mamir, que trinta dias de marcha separam desta bela
cidade. Ao recanto em que eu vivia chegou a notícia de que o nosso bondoso rei
arrastava os dias em meio de profunda tristeza, amargurado pela ausência de um
filho que a guerra viera roubar-lhe. Grande mal será para o país, pensei, se o
nosso dedicado soberano se enclausurar, como um brâmane cego, dentro de sua
própria dor. Deliberei, por, inventar um jogo que pudesse distraí-lo e abrir em
sue coração as portas de novas alegrias. È esse o desvalioso presente que
desejo neste momento oferecer ao nosso rei Iadava. Como todos os grandes príncipes citados nesta ou naquela
página da História, tinha o soberano hindu o grave defeito de ser excessivamente
curioso. Quando o informaram da prenda de que o moço brâmane era portador, não
pôde conter o desejo de vê-la e apreciá-la sem mais demora.
O que Sessa trazia ao rei Iadava consistia num grande
tabuleiro quadrado, dividido em sessenta e quatro quadradinhos, ou casas,
iguais; sobre esse tabuleiro colocavam-se, não arbitrariamente, duas coleções
de peças que se distinguiam, uma da outra, pelas cores branca e preta,
repetindo, porém, simetricamente, os engenhosos formatos e subordinados a
curiosas regras que lhe permitiam movimentar-se por vários modos. Sessa explicou pacientemente ao rei, aos vizires e
cortesãos que rodeavam o monarca em que consistia o jogo, ensinando-lhes as
regras essenciais:
- Cada um dos partidos dispõe de oito peças pequeninas -
os peões. Representam a infantaria a
infantaria, que ameaça avançar sobre o inimigo para desbaratá-lo. Secundando a
ação dos peões vêm os elefantes de guerra, representados por peças maiores e mais
poderosas; a cavalaria, indispensável
no combate, aparece, igualmente, no jogo, simbolizada por duas peças que podem
saltar, como dois corcéis, sobre as outras; e, para intensificar o ataque,
incluem-se - para representar os guerreiros cheios nobreza e prestígio - os
dois vizires do rei. Outra peça, dotada de amplos
movimentos, mais eficiente e poderosa que as demais, representará o espírito de
nacionalidade do povo será chamada de rainha.
Completa a colação uma peça que isolada pouco do vale, mais torna muito forte
quando amparada pelas outras. É o rei.
O rei Iadava, interessado pelas regras do jogo, não se
cansava de interrogar o inventor:
- E porque é a rainha mais forte e mais poderosa que o
próprio rei?
- É mais poderosa - argumentou Sessa - porque a rainha
representa, nesse jogo, o patriotismo do povo. A maior força do trono reside,
principalmente, na exaltação de seus súditos. Como poderia o rei resistir ao
ataque dos adversários, se não contasse como o espírito de abnegação e
sacrifícios daqueles que cercam e zelam pela integridade da pátria?
Dentro de poucas horas o monarca, que aprendera com
rapidez todas as regras do jogo, já conseguia derrotar os seus dignos vizires
em partidas que se desenrolavam impecáveis sobre o tabuleiro. Sessa, de quando em quando, intervinha respeitoso, para
esclarecer uma dúvida ou sugerir novo plano de ataque ou de defesa. Em dado momento, o rei fez notar, com grande surpresa,
que a posição das pelas, pelas combinações resultantes dos diversos lances,
parecia reproduzir exatamente a batalha de Dascina.
- Reparai - ponderou o inteligente brâmane - que para
conseguirdes a vitória, indispensável se torna, de vossa parte, o sacrifício
deste vizir!
E indicou precisamente a peça que o rei Iadava, no
desenrolar da partida - por vários motivos -, grande empenho pusera em defender
e conservar.
O judicioso Sessa demonstrava, desse modo, que o
sacrifício de um príncipe é por vezes, imposto como uma fatalidade, para que
dele resultem a paz e a liberdade de um povo. Ao ouvir tais palavras, o rei Iadava, sem ocultar o
entusiasmo que lhe dominava o espírito, assim falou:
- Não creio que o engenho humano possa produzir maravilha
comparável a este jogo interessante e instrutivo. Movendo essas tão simples
peças, aprendi que um rei nada vale sem o auxílio e a dedicação constante de
seus súditos. E que, às vezes, o sacrifício de um simples peão vale mais, para
a vitória, do que a perda de uma poderosa peça.
E, dirigindo-se ao jovem brâmane, disse-lhe:
- Quero recompensar-te, meu amigo, por este maravilhoso
presente, que de tanto me serviu para alívio de velhas angústias. Dize-me,
pois, o que desejas, para que eu possa, mais uma vez, demonstra o quanto sou
grato àqueles que se mostram dignos de recompensa. As palavras com que o rei traduziu o generoso
oferecimento deixaram Sessa imperturbável. Sua fisionomia serena não traía a
menor agitação, a mais insignificante mostra de alegria ou surpresa. Os vizires
olhavam-no atônitos e entreolhavam-se pasmados diante da apatia de uma cobiça a
que se dava o direito da mais livre expansão.
- Rei poderoso! - redarguiu o jovem com doçura e altivez.
- Não desejo, pelo presente que hoje voz trouxe, outra recompensa além da
satisfação de ter proporcionado ao senhor de Taligana um passatempo agradável
que lhe vem aligeirar as horas antes alongadas por acabrunhante melancolia. Já
estou, portanto, sobejamente aquinhoado e outra qualquer paga seria excessiva.
Sorriu, desdenhosamente, o bom soberano ao ouvir aquela
resposta que refletia desinteresse tão raro entre os ambiciosos hindus. E, não
crendo na sinceridade das palavras de Sessa, insistiu:
- Causa-me assombro tanto desdém e desamor aos bens
materiais, ó jovem! A modéstia, quando excessiva, é como o vento que apaga o
archote cegando o viandante nas trevas de uma noite interminável. Para que
possa o homem vencer os múltiplos obstáculos que se deparam na vida, precisa
ter o espírito preso às raízes de uma ambição que o impulsione a um ideal
qualquer. Exijo, portanto, que escolhas, sem mais demora, uma recompensa digna
de tua valiosa oferta. Queres uma bolsa cheia de ouro? Desejas uma arca repleta
de jóias? Já pensastes em possuir um palácio? Almejas a administração de uma
província? Aguardo a tua resposta, por isso que à minha promessa está ligada a
minha palavra.
- Recusar o vosso oferecimento depois de vossas últimas
palavras - acudiu Sessa - seria menos descortesia do que desobediência ao rei.
Vou, pois, aceitar, pelo jogo que inventei, uma recompensa que corresponde à
vossa generosidade; não desejo, contudo, nem outro, nem terras ou palácios.
Peço ao meu pagamento em grão de trigo.
- Grãos de trigo? - estranhou rei, sem ocultar o espanto
que lhe causava semelhante proposta. - Como poderei pagar-te com tão
insignificante moeda?
- Nada mais simples: - elucidou Sessa. - Dar-me-eis um
grão de trigo pela primeira casa do tabuleiro; dois pela segunda, quatro pela
terceira, oito pela quarta, e assim dobrando sucessivamente, até a sexagésima
quarta e última casa do tabuleiro. Peço-vos, ó Rei, de acordo com vossa
magnânima oferta, que me autorizeis o pagamento em grãos der trigo, e assim
como indiquei!
Não só o rei como os vizires e veneradores brâmanes
presentes riram-se, estrepitosamente, ao ouvir a estranha solicitação do jovem.
A desambição que ditara aquele pedido era, na verdade, de causar assombro a
quem menos apego tivesse aos lucros materiais da via. O moço brâmane, que bem
poderia obter do rei um palácio em uma província, contentava-se com grãos de
trigo!
- Insensato! - clamou o rei. - Onde fostes aprender tão
grande desamor a fortuna. A recompensa que me pedes é ridícula. Bem sabes que
há, num punhado de trigo, número incontável de grãos. Devemos compreender,
portanto, que com duas ou três medidas de trigo eu te pagarei folgadamente,
consoante o teu pedido, pelas sessenta e quatro casas do tabuleiro. É certo,
pois, que pretendes uma recompensa que mal chegará para distrair, durante
alguns dias, a fome do último pária do meu reino. Enfim, visto que minha palavra foi dada, vou expedir ordens para
que o pagamento se faça imediatamente, conforme teu desejo.
Mandou o rei chamar os algebristas mais hábeis da corte e
ordenou-lhes calculassem a porção de trigo que Sessa pretendia.
Os sáb
ios calculistas, ao cabo de algumas horas de acurados estudos, voltaram ao salão para submeter ao rei o resultado completo de seus cálculos.
Perguntou-lhes o rei, interrompendo a partida que então
jogava:
- Com quantos grãos de trigo poderei, afinal,
desobrigar-me da promessa que fiz ao jovem Sessa?
- Rei magnânimo! - declarou o mais sábio dos matemáticos.
- Calculamos o número de grãos de trigo que constituirá o pagamento pedido por
Sessa, e obtivemos o número cuja grandeza é inconcebível para a imaginação humana. Avaliamos, em seguida,
com mais rigor, a quantia ceiras corresponderia esse número total de grãos, e chegamos à seguinte conclusão: a
porção de trigo que deve ser dada a Lahur Sessa equivale a uma montanha que,
tenho por base a cidade de Taligana, seria cem vezes mais alta do que o
Himalaia! A Índia inteira, semeados todos os seus campos, taladas todas as suas
cidades, não produziria em dois mil séculos a quantidade de trigo que, pela
vossa vontade, cabe, em pleno direito, ao jovem Sessa!
Como descrever aqui a surpresa e o assombro que essas
palavras causara, ao rei Iadava e a seus dignos vizires? O soberano hindu via-se,
pela primeira vez, diante da impossibilidade de cumprir a palavra dada.
Lahur Sessa - rezam as crônicas do tempo -, como bom
súdito, não quis deixar aflito o seu soberano. Depois de declarar publicamente
que abria mão do pedido que fizera, dirigiu-se respeitosamente ao monarca e
assim falou:
- Meditai, ó Rei, sobre a grande verdade que os brâmanes
prudentes tantas vezes repetem: os homens mais avisados iludem-se, não só
diante da aparência enganadora dos números, mas também com a falsa modéstia dos
ambiciosos. Infelizmente daquele que toma sobre os ombros o compromisso de uma
dívida cuja grandeza não pode avaliar com a tábua de cálculo de própria
argúcia. Mais avisado é o que muito pondera e pouco promete!
E, após ligeira pausa acrescentou:
- Menos aprendemos com a ciência vã dos brâmanes do que
com a experiência direta da vida e das suas lições de todo dia, a toda hora
desdenhadas! O homem que mais vive mais sujeito está às inquietações morais,
mesmo que não as queira. Achar-se-á ora triste, ora alegre; hoje fervoroso,
amanha tíbio; já ativo, já preguiçoso; a compostura alternará com a leviandade.
Só o verdadeiro sábio, instruído nas regras espirituais, se eleva acima dessas
vicissitudes, paira por sobre todas essas alternativas!
Essas inesperadas e tão sábias palavras calaram fundo no
espírito do rei. Esquecido da montanha de trigo que, sem querer prometera ao
jovem brâmane, nomeou-o o seu primeiro-vizir.
E Lahur Sessa, distraindo o rei com engenhosas partidas
de xadrez e orientando-o com os sábios e prudentes conselhos, prestou os mais
assinalados benefícios ao povo e ao país, para maior segurança do trono e maior
glória de sua pátria.
Após as Lendas
Esta lenda já foi contada de muitas maneiras,
trocando os nomes dos protagonistas e ate o motivo da recompensa. Porem, os
ancestrais do xadrez provavelmente surgiram há 40 séculos antes de nossa era,
dada a escrita pictórica e escultura, que servem para iniciar as investigações
sobre o jogo. Ainda que a informação mais divulgada durante os últimos três
séculos, sustenta que o xadrez foi inventado na Ásia Central, no noroeste da Índia.
Foi no ultimo período da Idade Média que o xadrez
recebe sua denominação atual. O processo de difusão do jogo ocorre entre os
séculos VI e IX quando chega a Europa com a invasão dos mouros pela Península Ibérica,
Itália e Grécia. Na Espanha o jogo teve grande desenvolvimento e contou com
apoio oficial. Como consequência da assimilação cultural entre os mulçumanos e
os católicos. Nesta etapa se publica o “Libro de ajedrez”, em 1232, durante o
reinado de Alfonso X, o Sábio, que fora o seu autor.
A obra mais importante sobre o xadrez na Idade
Media foi o “Codice” do mesmo Alfonso X, Sevilha 1283, cujo original se
conserva no Monastério de Escorial. Também na Espanha aparecem outros livros de
importância para a historia do xadrez como o de Lucena (1497) que contem três
movimentos das peças antigas e o livro da “Invencion Liberal y del juego de
Ajedrez” (1561) do espanhol Ruy Lopez de Segura.
A Itália contribui com as obras de Carrera (1617)
e de Greco (1688), que foram os precursores do xadrez moderno. No século XVII e
princípios do século XVIII surgiram outros valores como o árabe Felipe Stamma
(1735), o francês Andre Danican Philidor (1740), e os italianos Ercole do Rio,
Loky e Ponziani.
Para o estudo do xadrez e sua melhor compreensão
se propõem a divisão de sua historia e desenvolvimento em dois grandes
períodos: o antigo e o moderno.
Antigo: desde sua origem ate inicio do século
XVII, quando se consolida as regras fundamentais.
Moderno: se inicia na Espanha e compreende de 1600 ate os nossos dias.
Para seu estudo foi dividido em duas etapas, considerando as características
técnicas do jogo.
Romântica ou Clássica: (1600-1886), caracterizada
pelos sacrifícios e combinações ao estilo de um dos mais representativos
enxadristas desta etapa, o norte-americano Paul Charles Morphy, e Cientifica:
(1886), definida tecnicamente pelo austríaco Wilhelm Steinitz, que a partir de
um estudo profundo da obra de Morphy e de outros famosos jogadores da etapa
anterior, criou as bases para o estudo do xadrez com critérios formais.
Wilhelm Steinitz (1886-1894) e oficialmente o
primeiro campeão mundial de xadrez. O titulo de Campeã Mundial Feminino comecou
a ser disputado em 1927, em Londres, durante o Torneio das Nacoes, nome inicial
das Olimpiadas de Xadrez. Vera Menchik foi a primeira campeã e reinou ate a sua
morte, em 1944.
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